Saturday, December 31, 2005

Que volte a faca para as costas...

Nosso presidente voltou a enfiar a faca nas suas costas, segundo suas declarações, admitindo a corrupção que abalou o Partido dos Trabalhadores e o seu governo, a situação é realmente "uma facada nas costas".

Antes não havia facada porque não havia a admissão da corrupção, tudo não passava de manobras das:
1. elites que queriam fazê-lo baixar a cabeça;
2. da oposição raivosa que queria fazer voltar a situação ao status quo;
3. uma grande armação da imprensa que só publicava matérias contra o seu governo;
4. do clero que não devia se imiscuir em assuntos do governo.

O que, até agora, não havia, agora há. Por isso, que volte a faca para as suas costas. Que fique lá, cravada na costas do pobre presidente. Um homem bom e puro que, tal como um marido traído, sempre foi o último a saber das coisas.

Um inocente rodeado por gente perigosa, por facínoras, por traídores. Fico imaginando o presidente circulando nos corredores frios do palácio e balbuciando: "Até tu Delubius! Até tu Genuínus! Até tu Dirceus! Até tu Silvinhus!" Ah, sem esquecer o principal de todos: Até tu Robertus!

Isso tudo até que sua excelência resolva "tirar a faca das costas" novamente, sabe como é, uma faca nas costas é uma coisa dolorida e incômoda, deve ser chato na hora de ir dormir, de tomar banho, de se secar... Até lá, vale a decisão de Vossa Excelência, "que permaneça a faca fincada nas costas..."

Friday, December 23, 2005

Wednesday, December 21, 2005

Que cada um faça o seu melhor

Como disse o Millôr: "O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas". Criatividade, pois é, algo tão simples, banal, tão fácil que saí assim do nada, mas não dá num pé de alface. Algo que, ou você tem, ou nem adianta comer bastante agrião. Muito vitaminado, tem ferro, sais minerais, mas não resolve, não funciona pra isso, não. Criatividade é um presente dos céus que já vem entregue num pacote completo, motivo de festa, ou então só resta morrer entregue às moscas, e o que é pior, sem poder espantá-las.

E este será o triste fim de muitos; será o meu fim, sei que não nasci com a estrela na testa. Sem essa boa estrela guia, nada feito, ficamos no agreste dos caminhos da criatividade, como num dia de céu nublado, sem as estrelas que nos apontem os caminhos a seguir. Faremos o que é possível, trabalhamos numa espécie de "controle de danos da missão", a função é obter o melhor do pior, uma compensação; daremos mais trabalho, ação, suor e lágrimas pela falta da capacidade e da criatividade.

Sim, porque é preciso que se diga que sempre dá para melhorar alguma coisa, ou então, na linguagem do alarmista: "Imagine só se isso não tivesse estudado. Já pensou na bela a anta que ia virar?" Isso já é uma forte motivação para não desistir, fugir desse antagonismo já é um motivo suficiente para lutar contra essas forças da natureza.

Sunday, December 18, 2005

Natal Gaudério II

(Continuação do Post anterior - Natal Gaudério)
Quando o Libório voltou com as ovelhas das bandas do Caverá a fuzarca já estava toda armada, mas não se lembraram de contar pro vivente o que tinham preparado; nem que o Toninho tinha sido "contratado" para interpretar o Papai Noel na festa de natal da familia do seu Vespasiano, o patrão e dono na estância.

O tempo passou e chegou o dia da véspera de natal, que é quando se comemora o evento. O Toninho abandonou as lides no campo bem cedo, tinha que tomar um banho caprichado e ainda vestir a fantasia de Papai Noel. O Libório estava envolvido com a função de preparar o churrasco para a festança da noite, que o natal pode ter as suas tradições, mas gaudério que é gaudério não troca uma picanha gorda por um peito de perú qualquer.

Quando se aproximou do horário da meia-noite, o Libório, que estava entertido cuidando da carne que assava na churrasqueira, avistou ao longe alguém que se achegava da casa todo fantasiado de vermelho, com um chapéu também vermelho com pompom, barba branca e um grande saco nas costas. Libório não teve dúvidas, puxou do tresoitão na cintura e saiu dando tiro naquele diabo vermelho.

O tal do diabo vestido de vermelho saiu em uma grande disparada e desapareceu no meio da noite. Nunca mais se soube notícia do Papai Noel ou do Toninho; segundo contam as más línguas, naquele ano teve um natal mais gordo, com presentes inesperados, no outro lado das barrancas do Rio Uruguai.

Thursday, December 15, 2005

Natal Gaudério

Mas o Libório, taura criado nesses pagos do sul, aqui nesse mundão do Rio Grande do Sul, não se "acostumbrou" com esse "tar" de natal, nem com Papai Noel, coisa "das európia". Por aqui só tem Boitatá, Negrinho do Pastoreio, Salamanca do Jarau e outros bicho mais. Mas velhinho com touca vermelha e pompom na cabeça, isso não!

Pois contam que o Libório estava trabalhando na Fazenda da Ferradura, lá pros lado de Bagé, tosquiando umas ovelha ede tudo um pouco mais, que em fazenda "peão tem que sê bem mandado", senão não chega a cria gordura, dura pouco. O patrão e dono das terras era um tal de Vespasiano, que tinha casa em Bagé e na estância também.

Quando chegou no final do ano, perto da época do natal, o patrão resolveu trazer a família pra festejar na casa da estância. O Líbório não tava, tinha ido buscar umas ovelhas lá para os lados do Caverá. Vespasiano chamou o Toninho, que era o peão mais bem fornido de barriga, para fazer o papel de Papai Noel; sem jeito, era ser ou ser. (continua...)

Sunday, December 11, 2005

Natal adiado, postergado.

A estas alturas Serafim já fez o seu balancete de encerramento do ano; computados o salário de dezembro, o décimo-terceiro, o abono; descontados o adiantamento do décimo, os vale-rancho, e efetuados todos os pagamentos do mês: o carnet da Cê e da A, conta d'água, luz, imposto da casa, o caderno no armazém do Juvenal, a Marisa sacoleira, a Elvirinha do Avon, o dinheiro emprestado do Antenor, o seu Darci do açougue e as aula particular de gaita da Flávinha.

Deixavê... isso... vai dar um resultado de menos setencentos e quarenta e oito reais com vinte e três centavos. É isso mesmo! Certinho! Vai faltar grana, não vai fechar o balanço. Negativo no caixa! Vai estourar o saldo. Quer dizer, tem que sortear os credores. Sorteio dirigido, é claro. Quem ganhou no mês passado não concorre este mês, tem que ser justo, sem injustiça. E aí tem mais um problema: Este mês é natal. Do jeito que a coisa tá não vai dar nem pro sabonete cashmere bouquete pra ninguém.

Por que essa coisa de "inimigo secreto" já encheu o saco. Sabe como é, presente de hum e noventa e nove não é presente. É ausência no duro, é falta de vergonha na cara. Talvez alguma presença de cara de pau. Então está, ficamos resolvidos, natal postergado, festa adiada para depois do carnaval, comemorado só no ano que vem.

Thursday, December 08, 2005

Triste País de Homers

Ele é preguiçoso, burro, passa todo o tempo no sofá, está sempre comendo rosquinhas e bebendo cerveja, você sabe de quem eu estou falando? Pois essas são as características de Homer Simpson, personagem de um desenho animado seriado da tv norte-americana chamado Os Simpsons e, segundo pesquisa feita pela Rede Globo, também do telespectador médio do Jornal Nacional.

Nas reuniões de pauta para montagem do Jornal Nacional, William Bonner, apresentador e editor-chefe do telejornal, ao se referir ao público, comenta: "essa Homer não vai entender", numa alusão às dificuldades dos telespectadores para entenderem as notícias mais complexas. Assim, a pauta do telejornal é decidida em função da capacidade dos telespectadores entenderem as notícias - triste...

Na constatação do comentário, fica só o inusitado da comparação da audiência do programa com o personagem Homer Simpsom; o resto é o óbvio, a maioria sabe que o nível intelectual - da maioria dos brasileiros - de quem assiste a tv brasileira não é dos mais privilegiados.

Monday, December 05, 2005

Daspu x Daslu

Pois a briga do momento é Daslu x Daspu; a Daslu é a loja das Grã-finas paulistanas, aquela que andou meio atrapalhada com a Polícia Federal e a Receita Federal por denúncias de contrabando, mercadorias subfaturadas, etc; já a Daspu é um movimentos coordenado pela ONG Beijo da Rua, criada para defender as prostitutas, e não tem a atenção dessa polícia de elite do governo federal, quando a coisa pega é com a Polícia Civil ou Polícia Militar mesmo.

Segundo as proprietárias da Daslu, a Daspu - por ser um nome que sugere algo pejorativo e se assemelha com o nome da grande loja, denegriria a imagem da empresa. Já a Daspu, é uma grife que dá espaço à criatividade das prostitutas, visando aumentar a renda das mulheres que vivem da rua. A grife inova criando um novo tipo de roupa, além das básicas e de festa, as roupas "de batalha". São roupas sensuais, decotadas ou curtas, porém evitando a vulgaridade.

No final é uma batalha que será decidida na justiça; de um lado o aspecto social da causa, do outro os aspectos legais e comerciais da questão. Eu acho que não há relacionamento entre as marcas, até porque a cliente em potencial de uma está há milhares de milhas da outra.

Friday, December 02, 2005

Serafim, o último quebrado do país.

Serafim, o último elemento, o último quebrado do país, o estranho no ninho, parece que vai conseguir sobreviver às notícias das últimas estatísticas dando conta do crescimento (???) negativo de - 1,2% do PIB do país no último trimestre. Segundo boletins oficiais divulgados pelo Essepêcê e pela Tearrasa, Serafim apresenta um quadro positivo, com franca recuperação em vários setores e os prognósticos de alta, embora ainda totalmente indefinidos, são os mais otimistas.

Segundo declarações do ministro da economia, - que Deus o guarde e conserve sempre em bom lugar! -, estes números não significam nada, são só números, que só - e somente se!, caso em que - devem ser levados a sério quando forem positivos; para facilitar, eles têm o mesmo significado do que os zeros à esquerda na matemática, sabem como é, não contam, não valem para nada. O consumidor continua mais otimista do que nunca (com a exceção de Serafim, o último elemento, o último quebrado do país, o estranho no ninho, é verdade!).

Já o nosso presidente, que Deus o mantenha sempre consagrado, no topo de todas as colunas e elevações, ó nosso puro tutor, guia único de toda sabedoria, que tem luz, que conduz, que seduz, e que reluz!, também acha que este é um "numbro não qué dize nada, cumpanheirada".

Serafim, o último elemento, o último quebrado do país, o estranho no ninho, entende que o ministro, - que Deus o guarde e conserve sempre em bom lugar! -, defende a "teoria do fermento eterno", aquela que confunde crescimento do PIB com desenvolvimento da nação, ou adaptando a teoria do tempo "daquele ministro gordo", fazer o bolo crescer não repartindo, para que se torne um bolo monstruoso, lindo e belamente concentrado.

Thursday, December 01, 2005

Serafim, o único quebrado do País

Serafim, o último elemento, o único quebrado deste País, não acreditou quando viu os índices divulgados pelo IBGE com o "crescimento" do País no terceiro trimestre deste ano. É preciso que se escreva por extenso e em letras maiúsculas, garrafais, para que não reste nenhuma dúvida: MENOS UM VIRGULA DOIS POR CENTO.

Não, você não leu errado, é isso mesmo, -1,2%, crescemos, quer dizer, técnicamente não crescemos, diminuímos, ou crescemos que nem rabo de cavalo, para baixo, n-e-g-a-t-i-v-a-m-e-n-t-e! Logo no nosso País de tantos e tão bons, promissores, maravilhosos e incríveis indicadores, onde todos os índices são considerados por todos positivos; onde todos os economistas não cansam de elogiar todas as medidas das autoridades economicas; onde um governo se sustenta baseado em índices economicos.

Serafim sempre se considerou aqui um pária, um pulha, um estranho no ninho; nesse País onde todos se dizem totalmente satisfeitos, prósperos, confiantes no futuro do País, da economia, com disposição de continuar (?) gastando. Enquanto isso Serafim, o que sempre está perto do fim, não teve ontem, não tem para hoje e, certamente, não terá para amanhã.

Serafim acha que alguém está sendo enganado...

Monday, November 21, 2005

Lei dos Resultados?

Não conheço nada do mercado publicitário, mas sei que deve existir uma espécie de "Lei (ou regra) dos Resultados", porque essa é uma forma de avaliar o sucesso de qualquer empreendimento e, como tal, se aplica a tudo. "Ninguém persiste com aquilo que não está dando certo", é o que nos recomenda o bom senso.

Dentro dessa característica, não consigo entender as propagandas tipo "pop-up" na internet. Posso dizer com razoável segurança que dez entre dez internautas dizem detestar este tipo de publicidade. É verdade, desconheço totalmente os resultados desse tipo de publicidade e, pela aplicação da "Lei dos Resultados", chega-se a uma estranha conclusão: apesar de tudo deve funcionar (!?!?).

Estariam as pessoas sendo insinceras quando afirmam que não gostam dos "pop-ups"? Seria o caso de uma paixão secreta e inconfessável pelas janelinhas? Não sei dizer. Mas, se os novos browsers já vem dotados de recurso que permite evitar (ou selecionar) a abertura desse tipo de janela, é porque essa preocupação parece ser real.