Tuesday, March 07, 2006

O ardil do país do futuro

Só um louco abandonaria um país do futuro como o nosso. O que fazer se esse futuro nunca se torna uma realidade? Torne-se um louco, pois, só um louco abandonaria um país...

Percebe? Você caiu no ardil do "país do futuro". Se tornou o cachorro que corre atrás do próprio rabo. Ouvi essa história do meu pai, que por sua vez ouviu do meu avô, que ouviu do meu bisavô, que ouviu do meu tataravô, que ouviu do meu trisavô, e só vou parar porque eu não sei o que vem antes...

Ainda temos os apelos à nacionalidade, do "ama com fé e orgulho a terra onde nascestes". Ou seja, uma porrada de filosofias que te aconselham a se imolar em nome da nacionalidade e com a promessa de um duvidoso porvir.

Isso está mais ou menos como o mendigo que declarou as razões pelas quais não abandonava a vida na cidade: "Como posso abandonar um local que têm restaurantes maravilhosos, boates fantásticas, clubes paradisíacos, lindos teatros e cinemas estupendos?" Ao que o seu interlocutor perguntou: "De que adianta se você não tem acesso a nada disso?" E ele retrucou: "É, mas eu penso é nas possibilidades..."

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